quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Exposição Coletiva: PÁTRIA QUE O PARIU

CONVITE

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Título: Veredicto
Técnica: Objeto
Escultura do Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva
trancado dentro de uma gaiola para ratos.


VEREDICTO.
Boa parte do que entendemos como correto passa por juízo de valores, juízo de moral, juízo de ética, de sentimento. Diante de fatos pouco se pode argumentar em sentido contrário. O que questiono é a autoridade auto-decretada que determina que símbolos devo ou não considerar representativos de minha origem étnica e social. Ou então, se a este grupo não pertenço por não aceitar tais símbolos, quem me exclui? Quem supõe ser o dono da verdade? A meu ver este tipo de postura é um índice. Aponta para a cara deslavada do poder explorador, outrora colonizadores, hoje oligarquias institucionalizadas. Verdade seja dita. Seja pela moral, ética, pelos fatos históricos inquestionáveis, verdade seja dita: pasmo-me ao ver uma nação, uma comunidade erigir monumentos a partir de símbolos de destruição, de degradação de exploração . Recuso-me a ser relacionado a este tipo de postura pretensiosa, excludente e profundamente injusta, historicamente. Se as autoridades, auto-decretadas donas da verdade, não restabelecem a justiça histórica, então faço eu: para bandidos, assassinos: o claustro.

Não invento as penalidades.

Apenas aplico-as na construção do que considero meu modo de re-simbolizar o estado de coisas.


Goiânia, 01 de setembro de 2008.
Edivaldo J.

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Título: EM ANDAMENTO NA SEGUNDA INSTÂNCIA

Técnica: ESCULTURA/OBJETO

Caixas de arquivo amontoadas.

Em Andamento na Segunda Instância:
A construção daquilo que nos identifica como pertencentes a um grupo, uma sociedade, passa inevitavelmente pela forma de como as causas, do que somos hoje, nos são apresentadas. Recuso-me a crer que a situação denominada de realidade esteja fechada, findada. Não é possível, pela razão pelo menos, supor que o que está oculto não influencia de modo grave, as estruturas desta construção de realidade. Assim, ocultas estão as vidas dos inocentes julgados culpados - previamente julgados - pela burocracia judiciária (para quem o tempo é diferente), por interesses, ou “buro(interesses)cráticos”. Assim ocultas estão as vidas dos culpados, julgados inocentes, libertos pelos descendentes do injusto poder de oligarquias pentacentenárias, milenares. Perdemo entre um amontoado de processos, papéis, decisões, recursos, homologações, uma parte da verdade. Misturam-se: mentira e verdade na intenção de tornar confusa a simplicidade do ato e dos fatos. Uma justiça injusta. Uma caverna obscura. Amontoados de papéis que se levantam em estalagmites seculares; estalagmites autoritárias; enraizadas no chão. Um labirinto confuso. Assim, “Em andamento na Segunda instância” pretende relacionar tal fato ao fato de não haver um fato concreto, nem ético, que explique essa arbitrariedade. “Em andamento na Segunda instância” é um recorte de minha mente. Uma vontade quase incontrolável de enterrar toda essa falácia judiciária debaixo das toneladas de injustiças produzidas por interesses, desinteresses e desumanidades que servem apenas a quem está livre, injustamente livre.


Que os “justamente livres” entendam. Falo de outros. Falo dos injustamente acorrentados.
Goiânia,01 de setembro de 2008.
Edivaldo J.



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